segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Governo decide aumentar alíquota do IPI sobre veículos importados


Imposto será elevado em 30 pontos percentuais. Segundo governo, medida é uma resposta ao rápido crescimento das importações de carros, enquanto as vendas de nacionais pouco evoluíram.

O governo decidiu aumentar as taxas sobre veículos importados como maneira de proteger a produção nacional. A medida é uma resposta ao rápido crescimento recente das importações de carros, enquanto as vendas de nacionais pouco evoluíram.
Nos últimos meses, o número de carros importados nas ruas brasileiras dobrou. A competição acirrada contribuiu para deixar cheios os pátios de quem tem fábrica no Brasil. Algumas montadoras até deram férias coletivas para reduzir os estoques. Esse cenário ligou um sinal de alerta no governo.
“O nosso consumo vem crescendo, mas o aumento do consumo ultimamente tem sido preenchido fundamentalmente por importações. Corremos o risco de estarmos exportando empregos para outros países”, diz o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Por causa disso, o governo decidiu aumentar em 30 pontos percentuais o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados dos automóveis.
Nos carros até 1.000 cilindradas, o imposto sobe de 7% para 37%. Já nos veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas, a alíquota de 11% a 13% sobe para 41% a 43%.
Mas esse aumento de imposto não vai atingir as montadoras que usam no mínimo 65% de peças fabricadas no Brasil, investem em pesquisa e mantém no Brasil pelo menos seis de 11 etapas da produção.
As empresas terão 60 dias para provar que cumprem esses requisitos e garantir a isenção do imposto. Até lá, nada muda.
O objetivo do governo é atingir as montadoras que não têm fábrica no Brasil, como as chinesas e sul-coreanas, que vinham ganhando mercado muito rápido. O preço desses carros deve subir de 25% a 28%.
Um modelo sul-coreano, por exemplo, que custa cerca de R$ 70 mil deve passar para cerca de R$ 87,5 mil.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos, José Luiz Gandini, diz que foi pego de surpresa e quis fazer uma pergunta durante o anúncio da medida para os jornalistas. O ministro não deixou. Depois, o representante dos importadores disse que a decisão é protecionista e que vai inibir investimentos no Brasil.
“Todas primeiro começam importando os produtos para depois montar fábrica e produzir no país. Vai parar todo investimento dessas marcas que são marcas tradicionais que estão no país”, Gandini.
O presidente da Anfavea, Cleodorvino Belini,que representa os fabricantes de carro no Brasil, diz que a medida protege quem já investe aqui.
“O importante é que fortalece a indústria nacional como um todo. Fortalece o setor de autopeças, fortalece a produção nacional e isso daqui vem automaticamente gerar renda, gerar maior escala de produção, gerar competitividade para o setor”, diz.
O presidente da entidade que representa as concessionárias, a Fenabrave, Sérgio Reze, diz que a medida só deve afetar os carros mais caros.
“O consumidor que compra já tradicionalmente os veículos cujo valor de aquisição sejam inferiores a R$ 40 mil praticamente não serão nem beneficiados, nem prejudicados com esta medida. Os veículos importados que são atingidos por essa medida, os valores destes produtos ultrapassam os R$ 40 mil, R$ 50 mil, é outra categoria de consumidores, é uma categoria menor de consumidores que será atingido nessa medida”.




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