Carta verde embala seguro de carros
Data: 28.05.2012 - Fonte: Jornal do Comércio RS | Economia | RS
O volume de brasileiros que desbravam os países do Mercosul é
crescente. Somente para a Argentina, são um milhão de turistas, cerca de 20% do
total de visitantes que o país vizinho recebe anualmente. No Uruguai, o turismo
feito por brasileiros representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB). Para chegar
nesses e em outros destinos do bloco, muitos viajantes optam por se deslocar de
carro. Além dos documentos pessoais, todos os veículos que ingressam nas nações
do Mercosul precisam portar a carta verde, cobertura securitária obrigatória
para danos a terceiros gerados no país visitado. Com a demanda pelo documento
cada vez maior por turistas brasileiros, as seguradoras estão incrementando a
oferta da carta verde.
Na Allianz, a carta verde vem sendo apontada como uma das
propulsoras no crescimento da carteira de seguro automotivo. Enquanto dados da
Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam para um crescimento de 5,5%
da categoria em 2011, a Allianz teve uma elevação de 30% no segmento no mesmo
período, sendo responsável pela maior fatia do faturamento da seguradora no
mercado gaúcho. Até o ano passado, a carta verde respondia por cerca de 15% das
apólices de automóveis.
Hoje, porém, essa conta já não é mais feita na Allianz, que
desde o ano passado disponibiliza a carta verde a todos os clientes do seguro de
automóveis do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O diretor da regional
Sul da Allianz Seguros, Eduardo Grillo, explica que todas as apólices do
segmento já vêm com a cobertura, estratégia que se propõe a desburocratizar as
necessidades dos clientes, principalmente na região que mais emite turistas a
países do Mercosul por via terrestre. Com a carta verde automaticamente compondo
a apólice automotiva, os viajantes não precisam fazer o documento.
Se na sexta-feira você resolve viajar para Buenos Aires no
sábado, por exemplo, no passado era preciso comprar a carta verde para sair de
viagem e ter o papel na mão, mas tivemos a percepção de que era um gasto
adicional para o cliente, que agora, sendo segurado pela Allianz, deixou de se
preocupar em procurar o corretor para obter esse papel , explica o dirigente. A
seguradora também oferta esse seguro com quilometragem ilimitada no destino do
viajante, quesito muitas vezes estabelecidos por outras companhias.
O mesmo caminho foi adotado pela Porto Seguro. O diretor de
auto da seguradora, Marcelo Sebastião, destaca que, com a constatação de que os
clientes da região Sul são os que mais dirigem até países do bloco, a companhia
resolveu inserir o documento nas apólices de segurados dos três estados. Além do
movimento usual, houve um incremento de 30% na utilização da carta verde porque
as pessoas perceberam que era gratuito e que não precisavam recorrer ao
corretor, isso facilitou muito para quem vai a esses países , frisa Sebastião.
Válida para Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, na Porto Seguro o uso da carta
verde chega a dobrar no período entre dezembro e fevereiro, além de julho, meses
típicos de férias.
Já a SulAmérica Seguros atua com dois planos de carta verde,
contratados separadamente de outras apólices. O Plano A oferece os valores
mínimos de cobertura (entre US$ 20 mil US$ 200 mil) e o Plano B, que chegam aos
limites máximos de cobertura (entre US$ 40 mil e US$ 400 mil). Na Sul-América, a
contratação do carta verde é consequência da experiência satisfatória que o
nosso segurado de auto possui com a marca e não o contrário, o que reforça a
confiança dos segurados nos serviços prestados pela empresa , afirma o diretor
de automóveis da Sul-América, Eduardo Dal Ri.
Como funciona a Carta Verde
Regulamentada pela resolução Mercosul 120, de 15 de dezembro de
1994, a carta verde é o instrumento legal que turistas de países de bloco
possuem para cobrir danos a terceiros não transportados no veículo segurado.
Obrigatório, o seguro tem o objetivo de assegurar a resolução de acidentes que
envolvam danos materiais e pessoais, morte, invalidez permanente e despesas
médico-hospitalares de passageiros do carro atingido no país visitado.
Com vigência máxima de um ano, o documento estabelece a
cobertura de danos pessoais no mínimo de US$ 40 mil, podendo chegar ao limite de
US$ 200 mil. No caso dos danos materiais, essa margem vai de US$ 20 mil a US$ 40
mil. Esses valores podem ser estendidos pela seguradora, caso seja uma demanda
do cliente, mas sempre respeitando o limite máximo de US$ 400 mil para danos
pessoais e US$ 80 mil para danos materiais, estabelecidos em acordo do Mercosul.
Além disso, a Carta Verde garante ao segurado o pagamento de honorários de
advogados e custas judiciais de até 50% da indenização paga, conforme
informações da Federação Nacional de Seguros Gerais.
A cobertura é exclusiva para ocorrências no país de destino dos
segurados, dentro do Mercosul. No caso de sinistro, todos os trâmites relativos
à assistência dos envolvidos em acidentes são efetuados no país onde aconteceu o
acidente, com o apoio de seguradoras conveniadas dos países, em moeda
local.
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